quinta-feira, 1 de julho de 2010

Reflexões sobre o amor e o tempo

Ansiedade com uma mistura de mal estar, precedida por rupturas que há tempo deveriam ter ocorrido e por mera covardia de não aceitar o fim de cada ciclo, estenderam-se. Ficar remontando, re-elaborando atitudes, sentimentos que o tempo por si só cuidou de ruir. Por que buscar algo que está na superfície? Até que ponto a necessidade física do outro deve ser levada a sério?
Não deveríamos subestimar a nossa capacidade de amar. Deveríamos voltar aos primórdios e verificar onde originaram-se essas rachaduras e cuidar de sará-las. Não devemos nem podemos mendigar amor! Por que o verdadeiro é espontâneo. A partir do momento que pedimos algo a alguém e que até que seja transformado em um mísero afeto, o outro não está para mim como preciso de forma espontânea. Precisamos, sim, curarmo-nos de relações mal estabelecidas, calcadas numa carência excessiva e compreender que o amor que precisamos tem que nascer em nós. Pois o outro será extensão de nossa vontade, nunca nossa vontade. Conceder amor desmedido a alguém é está diante de incertezas, assim é amar. Perder a razão, tirar de si o que não se tem, buscar o que deveras encontra-se em nós.O amor não tem que ser irracional, por mais que seja impulsivo! Talvez o amor sólido estrutura-se com acordos, permissividades, doações, e não como algo doentio e arrogante por parte do ser que é amado.
Pobres mortais, julgam ter poderes e não entendem que por um sopro tudo se esvai. O que faremos com tão pouco tempo de existência e tantas ambições? É preciso reinventar o tempo, porque perdemos o mesmo a cada instante, a cada segundo. E que sentido teria essa vida se não amarmos? O que faremos se o nosso sentido de existir é para o outro, pelo o outro? Por que amar mesmo sabendo que em pouco tempo tudo se esvai, tudo se perde? Mas se faz necessário acreditar que o amor é capaz de transcender o tempo e espaço. E assim, com base no amor incondicional, perene, chegaríamos e permaneceríamos na eternidade. Esfera essa que as vaidades do amor mortal já não têm platéias!

Clara Cavalcante

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