terça-feira, 26 de junho de 2012

A lição do jardineiro


Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.
Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 15 ou 16 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.
Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.
O garoto ligou para uma mulher e perguntou: "A senhora está precisando de um jardineiro?"
"Não. Eu já tenho um", foi a resposta.
"Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo."
"Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso."
O garoto insistiu: "eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço."
"O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora."
"Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível."
"Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa."
Numa última tentativa, o menino arriscou: "o meu preço é um dos melhores."
"Não", disse firme a voz ao telefone. "Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom."
Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro: "Meu rapaz, você perdeu um cliente."
"Claro que não", respondeu rápido. "Eu sou o jardineiro dela. Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo."
Em se falando do jardim das afeições, quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro?
E, se fizéssemos, qual seria o resultado? Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro?
Será que temos, sempre em tempo oportuno e preciso, aparado as arestas dos azedumes e dos pequenos mal-entendidos?
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos amores, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?
E, por fim, qual tem sido o nosso preço? Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?

***
O amor floresce nos pequenos detalhes. Como gotas de chuva que umedecem o solo ou como o sol abundante que se faz generoso, distribuindo seu calor.
A gentileza, a simpatia, o respeito são detalhes de suma importância para que a florescência do amor seja plena e frutifique em felicidade.
 
Desconheço o autor

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Levemente leve

Hoje eu me dei conta de que havia soltado uma aba da bolsa pesada que carregava. Senti uma leveza de repente. Respirei fundo e busquei, apenas para me certificar, o que eu realmente havia "perdido". Nada de importante.
- Entre algumas coisas velhas, encontrei um sorriso amarelado, o qual minha lembrança riscava bem desbotado.
_  Havia uma sandália desgastada pelo tempo, cuja aparência me lembrava algo muito usado e sem segurança. Usei-a para ir em busca de sonhos perdidos e jogados ao vento, não por mim, mas por pessoas que nunca souberam valorizar os sentimentos que demonstrei.
- Havia pedras também, nem sei como as guardei. Algumas pessoas sem coração as tinham jogado em mim e eu, desavisadamente, havia recolhido todas. Para quê?
- Tinha um lenço. Lembro-me de que o levava comigo, aguardando o momento em que você e outras pessoas me fariam chorar. Agora eu penso, se essas pessoas poderiam me fazer chorar, que tinha eu que seguir com elas? Esse lenço não me serve mais. Se algum dia eu chorar, vou procurar alguém que me  empreste o ombro amigo.
Em meio a esses escombros, encontrei muitos esparadrapos e gazes manchados de sangue. Usei-os quase que loucamente para sarar um coração ferido e esmurrado. Agora vejo que não preciso mais. Que bom!
Dei um revistada em minha mochila e me certifiquei de que lá havia o essencial.
_ Uma folha em branco para que eu me dê uma nova chance de escrever minha história.
_ Um papel de embrulho para guardar com carinho meus sonhos quando não puder ou não dever mostrá-los.
_ Um binóculo mágico que mostre o além, aquém de onde eu esteja, porque meus olhos fatigados teimam em ver apenas o visível e palpável. "O essencial é invisível aos olhos".
_ Levo também algumas sementes. Desejo parar em alguns lugares e deixar  plantadas algumas delas, seja de amor, amizade, cortesia, carinho, compaixão... Sei que são sementes importantes para quem deseja frutificar e seguir sempre leve. 

ahhhhhhhhhhh

É boa essa leveza. 
Em meu coração não há amarras. E ele  não é prisioneiro de ninguém. Acho que por isso, sinto-me ainda mais leve e solta.

Sue Paulino

terça-feira, 12 de junho de 2012

Nesse momento apenas

A pior coisa da minha vida, nesse momento,  é  ficar sem saber se você, que eu amo,   está bem.
Se você está feliz, se  ainda lembra que um dia abriu um coração, entrou de mansinho e
saiu sem dizer tchau.
A pior coisa da minha vida, nesse momento, é  ficar sem saber porque me deixou para trás, quando eu pensava que você estaria para sempre ao meu lado. Esqueci que " para sempre sempre acaba".
As lembranças aliam-se como carrascos que refreiam o fôlego, traz pânico, ao invés de felicidade.
Porque a lembrança vem com dose forte de saudade, de impotência, de indignação, de especulação, de incertezas.

E,  nesse momento, meu coração busca respostas de perguntas que nunca se responderão. 


Meu pensamento não sabe para onde ir, onde te encontrar, onde perscrutar. 
Meu pensamento divaga devagar sem destino, sem rumo, sem pouso.

Ainda não sei para onde ir sem você. Meus planos nessa estrada incluiam seu sorriso, suas promessas, seu amor, que não era amor, pois constatei.  


É certo que não parei... só ainda não sei para onde ir, embora saiba que devo seguir em frente.


Sue Paulino