sábado, 8 de junho de 2013

PARÁBOLA DO PORCO ESPINHO


Durante uma era glacial, muito remota, quando o Globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.

Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.

Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito…….

Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram a longa era glacial. Sobreviveram.

"Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos outros, maior passa a ser nosso senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz. Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou inseguranças que possamos ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer obstáculo que encontrarmos. Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida."

Arthur Schopenhauer

domingo, 2 de junho de 2013

A régua e o passarinho





Entre os instumentos de medição e precisão, ela se achava a mais importante. Dizia que vinha dela o modelo dos outros, portanto, ela tinha a palavra final.
Em qualquer ocasião, tinha sempre a opinião formada, fechada, laqueada. Nada de demovê-la de seus ideais, Modelo de muitos modelos.  Impossível fazê-la entender que as coisas estavam mudadas, que apesar de seu olhar preciso, existiam outros que davam certo também. Mas sua cantiga era a mesma. Sou modelo do modelo. Aos poucos, foi sendo abandonada porque não aceitava a medida de ninguém. Cada ser devia medir-se por ela, antes que dissesse qualquer opinião. Estragara tantos relacionamentos bons, estragara  oportunidades, estragara vidas, pois sua maneira de ser feria outros.
Um dia contemplou um passarinho que se locomovia entre galhos. Ele cantava aqui e acolá, beliscava aqui e acolá. Parecia tão livre. Sentiu inveja dele, mas não admitiu. Afinal, inveja, segundo sua medição, era algo hostil ao ser humano, porque representava baixo caráter.
Aproximou-se do pássaro e perguntou-lhe o que o fazia sentir-se tão livre. A resposta veio pronta, sem muitas delongas.
_ A liberdade que você vê também faz parte de seu olhar. Nem sempre sou livre, embora pareça livre.
_ Como não é? Vejo-o cantarolando, vejo-o voando despreocupado entre as árvores, vejo-o tão solto, tão leve...


_ Você tem razão. Você vê.
E falando isso, alçou voo em direção a gaiola que servira de prisão para ele a vida inteira. Pois tivera medo do que viu. Embora  tenha aproveitado a tão sonhada liberdade, porque falaria para a senhora Régua a vontade de voltar  para onde estava? Ela teria uma opinião formada e diria o que ele deveria fazer. Conselhos eram bons, mas aqueles que tentam impor seu olhar sobre os outros é que não são bons conselheiros.
Sue Paulino


sábado, 18 de maio de 2013

O que eu não vejo...

Não vejo as pessoas por inteiro, porque é normal que apresentemos fragmentos de nosso eu todos os dias. Se nos vissem por completo, talvez tivéssemos muitas rejeições e não seria fácil conviver com desprezo.
Não vejo alicerces sólidos na vida da maioria das pessoas.
Eu não vejo o passado, embora ele esteja presente nas sequelas com as quais convivo.
Eu não vejo disposição na maioria das pessoas. Há indisposição para fazer o bem, para compartilhar  espaços e conceder perdão.
Eu não consigo ver um futuro bom para a sociedade. Tudo parece enrolado e cético.

Sue Paulino

domingo, 7 de abril de 2013

"A arte de não adoecer"


Dr. Dráuzio Varella

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste"

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.