quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Aprendendo no caos ou aprendendo com o caos

 

Há uma babel no mundo. De repente, ninguém mais se entende em relação à pandemia. Não sabemos quem tem razão, embora muitas certezas transbordem da boca de variados especialistas. Alguns com viés ideológico bem acentuado. De repente, não sabemos a quem ouvir. São pontos inespecíficos escritos por quem ainda não sabe ver o amanhã.  

Penso no passado,  nas milhares de vidas que viveram algo como isso que estamos vivendo. Esse passado bem ali ou acolá escancarado e registrado na história, na versão de quem se aventurou contá-la ou delegou para si o ímpeto de registrar.

E com ela aprendemos...

ü Que os homens fazem tudo pelo poder, até avolumar o medo e a intriga;

ü Que humanos viram desumanos se sua mísera existência é colocada em risco;

ü Que, em meio ao caos, surge o melhor de nós e o pior também. Isso vai depender de quem sempre somos em nossa essência;

ü Que nossa essência é algo escondido ou  exteriorizado e, muitas vezes,  depende do lugar, da companhia e da conveniência para ser externado;

ü Que a cultura se modifica todas as vezes que vivemos terremotos assim;

ü Que há gente boa no mundo, mas o mal parece ser maior e muito mais cruel. Até porque essa é a tendência humana, ao olhar para o caos: ver enviesado o mundo real. Nunca os acertos são o centro das atenções.  O erro é sempre mais imponente que os acertos. Talvez porque não sabemos ou não queremos saber sobre os acertos;

ü Que a verdade é uma colcha de retalhos, cada cor é um ponto de vista maior ou menor. Há quem diga que, numa guerra é ela a primeira a morrer. E vivemos agora uma guerra, ideológica ou química, produzida ou reproduzida,  sem armas e sem couraça;

ü Que sempre atribuímos o nosso escape ou temor  à crença que nos acompanhou ou foi forjada em nossos estudos e (des) caminhos;

ü Que é mentira ser os mais fortes os sobreviventes. Há sempre uma conta justa entre forte e fraco. Se bem que o conceito de um e outro é bem subjetivo;

ü Quem nem todos os líderes têm escrúpulos para entender e se importar com as vidas que são dizimadas ou destroçadas num caos assim;

ü Que são tantas (des)informações veiculadas. A mentira não precisa ser completa, os fatos podem ser interrompidos por opiniões. Basta que sejam colocados diante das vítimas com a reivindicação de mídia séria, comprometida com a verdade. E repassa-se a (des)informação com a  certeza absoluta do que se diz.

São tantos os aprendizados! Imagino que todos têm algo a acrescentar nessa lista que, por enquanto, encerra-se aqui.

Sue Paulino

(Durante o período da covid19)