Sue, numa conversa franca com o Altíssimo!

Querido Deus,
Minha conversa, em forma de carta, tem caráter formal.São inúmeros os dias em que, estupefata, observo e aborreço o mundo à minha volta. Estive andando por aí, senti-me um ser estranho, não tinha ideia de como esse mundo estava mais louco. Por mais que soubesse das "coisas", ver algumas delas deixou-me triste e em alerta! Não sei o que  posso fazer para dar minha contribuição neste mundo. Não sou sal insípido, mas sou uma reles mortal, limitada por demais e, ainda por cima, alheia.
Sem contar que vivo em conflito comigo, num sobe e desce de estado de espírito. Confesso que essa gangorra me deixa ainda mais insegura, porque a instabilidade emocional é por demais traiçoeira, já que ela põe em risco algo de concreto que tenhamos montado nessa difícil vida.
Querido Deus, sei que não desistes dos teus escolhidos, que tens projetos para teus filhos, mas, em muitas ocasiões, sinto-me um ser descartável, sem muito valor. É que esse sentimento foi plantado, quando essa instabilização entrou em meu coração.
Ainda aguardo meu resgate dessa cova não tão mais escura. Hoje já não me sinto mais no fundo do poço. Eu me sinto respirando melhor, já consigo ver as estrelas nas noites escuras, o sol nos dias de sol e sentir os respigos da chuva nos dias de chuva. Antes eu não via nada, apenas a escuridão ao meu redor. Confesso que houve dias em que eu estive muito magoada contigo. Lembra-te daquela vez em que te perguntei se te sentias feliz por permitir tanto sofrimento? Eu cheguei, de fato, a acreditar que tinha algo errado com a minha fé, com os meus ideais, mas tu, com a tua infinita misericórdia, ajudou-me a sair daquele estado horrível, firmou meus pés e pôs em meus lábios um novo cântico.
Sei que sabes o que me incomoda, sei que sabes o meu limite, por isso aguardo o teu milagre, Senhor!