sábado, 9 de julho de 2011

Ouro dos tolos

"Ao pedir um sinal, você precisa estar aberto para qualquer resposta, mesmo não sendo a que você deseja."



     Quando era adolescente, muitas vezes ouvi a frase: "_ Cuidado com o ouro dos tolos". Ela era muito comum em  nosso meio, devido a uma novela que estava passando, na qual o enredo tinha como pano de fundo um garimpo.  Lembro-me de uma cena em que um garimpeiro,  ao encontrar uma pirita ( nome científico dessa pedra) saiu dizendo a todos que estava rico. A família agregava-se ao redor dele e comemorava a descoberta. Alguém mais conhecedor disse-lhe que ele havia encontrado o 'ouro dos tolos', porque a pirita parece com ouro devido à cor amarelada que possui.

     O que me chama a atenção nessa história é que, em nossa vida, deparamo-nos, não poucas vezes, com pedras assim e, felizes, compactuamos com todos à nossa descoberta. Alguns são alertados logo no começo de que têm em mãos "o ouro dos tolos", outros caminham enganados por um longo tempo ou recusam-se a perceber que têm consigo uma pirita e não uma pedra valiosa. Essa confusão dá-se porque, na pirita, dependendo do tamanho dela, pode, sim, haver uma parcela significativa de ouro, daí porque prosseguimos agarrados a essa pedra que, simbolicamente, poderíamos chamá-la de uma falsa ilusão.

      Que estrago uma falsa ilusão pode fazer em nossas vidas! Mas ninguém está livre de tê-la. Você pensa que está de posse de um tesouro e começa a organizar sua vida em torno dele. Projeta sonhos, faz planos e a alegria torna-se perceptível a todos. Pena que seja uma alegria passageira, massacrante, que trará mais estragos do que bençãos.

      Aplicando isso à nossa vida espiritual, podemos falar das vezes em que achamos que fomos agraciados por Deus com algo e, de repente, a decepção nos faz acordar e perceber que fomos, na verdade, vítimas de uma cilada do inimigo de nossas almas. Quando temos um tesouro, costumamos deixar o nosso coração guardado com ele. É aí que reside o grande perigo, pois as coisas do coração são infinitamente grandes para nossa pequenez humana. Grandes decepções nem sempre são superadas. Às vezes, conseguimos reerguermo-nos dos tombos, mas muitos ainda estão prostrados à beira do caminho, porque ainda não conseguiram assimilar a perda ou o engano.  Por isso, de forma insana, ainda estão agarrados ao falso ouro e são vistos por muitos como grandes tolos.
   
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Jeremias 17:9
Suerbene Paulino

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