sexta-feira, 22 de abril de 2011

Talvez


Talvez o espaço cedido em seu coração para a pousada do outro seja algo transitório, com data certa para chegar e ir embora.
Talvez esse desejo de manipular, de rir do outro, seja um estado pueril ou mal, guardado e aperfeiçoado por anos a fio.
Que se esconde em um coração tão obscuro assim?  O desejo egoísta de usar e descartar semelhantes? O direito de se achar juiz para julgar, condenar e executar sentenças àquelas que, desavisadamente, passam por sua vida, atraídas pelo magnetismo de uma personalidade idealizada, cuja aparência você desenhou e coletou de um mundo ficcional?
Observador, você imita aquilo que trará saldos positivos para seu percurso medonho. Mesmo ciente da existência de um Deus, que tudo vê, sua inconstância se corporifica e assume dimensões assustadoras.
Quem vai fazê-lo parar? Quem vai “brecá-lo”? Você parece uma máquina desgovernada ou um bicho que segue o instinto, e só!
Talvez eu esteja a desenhar-lhe o que você teima em não ver, teima em esconder ou que eu teimo em julgar...
São conjecturas para as quais não encontro respostas ou respaldo. Isso rodopia meu senso e investe nessa desordem que abomino.  Talvez a capacidade de desestruturar-me dessa forma venha de você e eu não suporto estar tão vulnerável a um ser que não se revela tão humano, ou pelo menos cristão como deveria.

Suerbene Paulino

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