domingo, 8 de janeiro de 2012

Essa estranha...

 

Essa estranha que usa meu nome e aparece com minha pele é intrusa.
Queria mandá-la embora, mas parte de mim a retém.
Essa estranha que usa meu nome e aparece com minha pele é outra parte do meu eu que teimo em manter em segredo, quando, na verdade, todos já conhecem. Uso-a para me disfarçar e aceitar quem não quero ser.
Essa estranha que usa meu nome e aparece com minha pele é  presente contínuo. Nunca desaparece e rouba o espaço da outra parte que quero que viva mais.
Imagens, reflexos dançam no espelho de minha vida. Sonhos e torturas, pesadelos e doçuras, somos antagônicas e perplexas. Quem roubou o que de quem?
Nas travessuras da vida inoportuna, perdemos o referencial de quem somos e nos tornamos uma. Mas ainda brigamos pelo espaço vip de cada uma.

Sue Paulino