Há uma babel no mundo. De repente, ninguém mais se entende em
relação à pandemia. Não sabemos quem tem razão, embora muitas certezas
transbordem da boca de variados especialistas. Alguns com viés ideológico bem
acentuado. De repente, não sabemos a quem ouvir. São pontos inespecíficos
escritos por quem ainda não sabe ver o amanhã.
Penso no passado, nas
milhares de vidas que viveram algo como isso que estamos vivendo. Esse passado
bem ali ou acolá escancarado e registrado na história, na versão de quem se
aventurou contá-la ou delegou para si o ímpeto de registrar.
E com ela aprendemos...
ü Que os homens fazem tudo pelo poder,
até avolumar o medo e a intriga;
ü Que humanos viram desumanos se sua
mísera existência é colocada em risco;
ü Que, em meio ao caos, surge o melhor
de nós e o pior também. Isso vai depender de quem sempre somos em nossa
essência;
ü Que nossa essência é algo escondido
ou exteriorizado e, muitas vezes, depende do lugar, da companhia e da conveniência
para ser externado;
ü Que a cultura se modifica todas as vezes
que vivemos terremotos assim;
ü Que há gente boa no mundo, mas o mal
parece ser maior e muito mais cruel. Até porque essa é a tendência humana, ao
olhar para o caos: ver enviesado o mundo real. Nunca os acertos são o centro
das atenções. O erro é sempre mais
imponente que os acertos. Talvez porque não sabemos ou não queremos saber sobre
os acertos;
ü Que a verdade é uma colcha de
retalhos, cada cor é um ponto de vista maior ou menor. Há quem diga que, numa
guerra é ela a primeira a morrer. E vivemos agora uma guerra, ideológica ou
química, produzida ou reproduzida, sem
armas e sem couraça;
ü Que sempre atribuímos o nosso escape
ou temor à crença que nos acompanhou ou
foi forjada em nossos estudos e (des) caminhos;
ü Que é mentira ser os mais fortes os
sobreviventes. Há sempre uma conta justa entre forte e fraco. Se bem que o
conceito de um e outro é bem subjetivo;
ü Quem nem todos os líderes têm
escrúpulos para entender e se importar com as vidas que são dizimadas ou
destroçadas num caos assim;
ü Que são tantas (des)informações
veiculadas. A mentira não precisa ser completa, os fatos podem ser interrompidos
por opiniões. Basta que sejam colocados diante das vítimas com a reivindicação
de mídia séria, comprometida com a verdade. E repassa-se a (des)informação com
a certeza absoluta do que se diz.
São tantos os aprendizados! Imagino que todos têm algo a
acrescentar nessa lista que, por enquanto, encerra-se aqui.
Sue Paulino
(Durante o período da covid19)
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