quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Paradoxo





E essas noites de insônias que me jogam às lembranças do que já sepultei. Essas noites traiçoeiras nas quais meu coração sem paz busca respostas. Meus olhos secos, sem nuvens, deixa meu viver mais arisco, já que não consigo expulsar a dor que se disfarçou de nada. Um vazio, um vácuo que gira feito um redemoinho provoca-me náuseas. Meu pensamento é como o vento, em nada se fixa e em tudo está. O coração quer gritar, mas minha boca o amordaça. Queria me revoltar, mas a sensatez me aprisiona. E se eu me tornasse louca apenas uma vez?

Dorme, alma gentil! dorme, coração neutralizado! Não busque tormentos e açoites, mas paz e tranquilidade. O que eu sinto é um paradoxo. Uma paz que perturba, uma perturbação que me petrifica. Nada sinto e tudo sinto. Nada e tudo indefinidos como eles são.

Suerbene Paulino