sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DEUS É FIEL!

Ainda antes que houvesse dia, Eu Sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? Isaías 43:13

       Em um mundo que jaz no maligno, lugar cada vez mais degradado e perverso, segurar-se a promessas assim faz toda a diferença na vida de quem crê em Deus. Olhamos nossos semelhantes e percebemos o quanto o ser humano anda longe dos propósitos divinos. Por isso crê que há uma mão potente regendo a nossa vida, far-nos-á acreditar no impossível e evocar milagres.
      Ninguém está seguro. Os nossos melhores amigos nos traem, nossos familiares muitas vezes nos viram as costas, somos atingidos todos os dias por palavras torpes e setas malignas que tentam nos roubar a fé que "uma vez foi entregue aos santos"Jd. 1,3. São em horas assim que não devemos nos esquecer dessa palavra: DEUS É FIEL!
      Sim, Ele é fiel quando tudo parece está contrário. Sua fidelidade é o horizonte que buscamos, a bússola da qual necessitamos para nos guiar neste mundo de trevas, maldade e traições. As ondas da vida agigantam-se e, nessas horas, sucumbimos com a dor; mas, do ventre da terra, na mais profunda escuridão, quando a desolação muitas vezes é nossa companheira, erga-se e tome posse  desta palavra: Deus é fiel!
       Os planos do Senhor para nossas vidas são os melhores. Tudo, no final, culminará para a sua vontade soberana, porque Ele sempre foi, é e continuará sendo FIEL!

Suerbene Paulino

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desejo de Victor Hugo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

Maiakovski

Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme
fiel
e verdadeiramente.


Tradução de E. Carrera Guerra

domingo, 17 de outubro de 2010

A ÚLTIMA LIÇÃO

A última lição

Amo as palavras. Elas significam para mim muito além do que os conceitos literais ou metafóricos possam expressar. São minhas amigas, pois aliviam angústias e compartilham alegrias...

Quando preciso, falam exatamente o que sinto ou o que quero ouvir...

É pura diversão!

Elas estão sempre disponíveis, de tal forma que, às vezes, me inquietam a alma e não sossegam enquanto eu não decido parar para permiti-las deslizar no papel e dançarem minha melodia, subordinadas ao meu ritmo...

E tocarem com harmonia os sons mais belos e encantadores...

E serem minhas ao mesmo tempo em que me possuem...

É mágico!

Hoje querem falar do meu sonho...

E não adianta me opor...

Sinto-me totalmente sujeita à vontade delas. Só há alívio e paz em meu espírito quando, resignada, me submeto aos seus apelos. A verdade é que nunca me arrependo em ceder...

Ao mesmo tempo em que obedeço, cresço, eternizo idéias, contemplo aplausos, arranco lágrimas ou sorrisos, percebo curas, arrepios, sussurros...

É arte!

Um sonho singular, concordo. Talvez, por isso, a insistência das minhas amigas palavras em registrá-lo. No meu sonho, eu morria...

Sim! A morte física, da qual não tenho medo. Já tive um dia...

Muito medo...

Mas hoje não tenho mais...

Ao despertar, não do sonho, mas da morte, estava num local retratado em um seriado de TV, "LOST".

O curioso é que não acompanho esse seriado e a última vez em que assisti a um episódio já faz muito tempo. Então, ao despertar da morte, um desejo meio desesperador arrebatou-me, como se eu tivesse perdido a oportunidade mais importante da minha vida:

Dar a última lição.

Eu gritava desesperadamente para que reunissem todos os meus alunos ali, porque tinha faltado a última lição. E, então?

Eu despertei. Agora do sonho...

Uma segunda-feira comum, correria total para chegar ao trabalho...

Sala de aula, mas a lição se estabelecia no plano literário...

Os alunos estavam produzindo textos, e eu totalmente desmemoriada do sonho...

Uma aluna...

Aline Vanessa...

Um abraço...

Umas palavras carinhosas...

Saudosas...

Nesse contexto, como uma luz forte, lembrei-me do sonho, dos detalhes, do desejo...

Compartilhei com a aluna...

Ela, também amiga das palavras, não hesitou em dizer: "Escreva um texto, professora".

E saiu sorrindo...

O sorriso maroto de quem fizera despertar a esperança. As palavras deram sorrisinhos satisfeitos em retribuição ao convite e por terem a certeza de que eu cederia...

Era minha chance de sair do desespero, de registrar o que me sufocara no sonho...

De expor com a ajuda delas, minhas amigas palavras, a última lição...

Aos meus amados alunos...

Vocês sabem que são mais que alunos, são amigos e também professores. Não tenho palavras para descrever tudo que tenho aprendido com vocês...

Não estamos perdidos, se confiarmos nossa existência ao Autor da vida. Muitos caminham à revelia e agem conforme seus próprios desejos. Mas, se compreendermos que a sujeição ao Deus de amor nos livra da morte eterna, nos veremos felizes em obedecê-LO e estaremos livres do medo da morte...

Caminharemos para a Eternidade de paz, onde Deus reina soberano. Ele é real!

Em Cristo, Deus se fez homem e morreu para nos dar vida. Não é à toa que a Bíblia O chama de "verbo" (a Palavra)...

Ele é gracioso...

Bondoso...

Misericordioso...

E pronto a perdoar...

Só há vida em Cristo!

Agora posso partir tranquila...

Quem acreditar nessa palavra poderá me rever por toda eternidade, pois a morte chega para todos...

E terá a companhia mais sublime e pura que já existiu:

A de Jesus de Nazaré...

"Aquele que era, que é e que há de vir...".

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Clama a mim e responder-te-ei!

"Durante 17 dias, temeu-se que todos estivessem mortos, até que uma sonda os localizou"

Eles "têm muita força, muita coragem, muitas coisas para contar, mas querem primeiro aproveitar o reencontro com suas famílias, abraçar suas mulheres, filhos e netos".

De anônimos mineiros a celebridades internacionais.  Essa poderia ser uma boa manchete, não fosse pelas circunstâncias que os fizeram celebridades. O que poderia ser um dia comum de trabalho, tornou-se uma das maiores experiências na vida desses homens, com certeza!
Assim acontece conosco! Vivemos dias comuns, nas idas e vindas dos nossos afazeres e, no instante, algo desmorona e cai sobre a gente, soterrando-nos! O sentimento de pânico vem sobre nós, fantasmas aparecem da mais profunda escuridão e nos assustam. Parece que chegamos ao fim, não vemos saída; no subsolo de nossas desgraças, recorremos à sanidade, a fim de tentarmos nos conduzir para uma saída, mas qual? Não há saída, não há o que se fazer, quando tudo escapa do nosso controle.
É hora de esperar, em situações assim, nada mais nos resta, se não esperar e procurar mantermo-nos vivos! É lá, na imensidão do ventre da terra, enterrados vivos, que valorizamos a vida e quem nos cerca. É lá, onde todos estão no mesmo barco, na mesma condição, que percebemos o quanto existem pessoas e Pessoas. É nesse poço profundo que as palavras são as sementes da esperança, o sorriso que nos aquece, só existem elas a nos revelar o caminho da coragem e autoconhecimento, as palavras internas e externas.
É nesse lugar escuro, úmido e solitário que descobrimos vocações , que nos aproximamos de Deus e de nós mesmos. Até que alguém ou algo nos ache, precisamos nos manter vivos para usufruir o novo visual da vida, sim, porque depois de experiências assim, a vida recebe novas roupagens e vale a pena mantermo-nos são para poder vivê-la com mais responsabilidade e maturidade, com esperança, leveza e intensidade. São nessas horas, "quando tudo parece impossível, é que Deus começa a agir"... Clamemos a ele!


"Clama a mim e responder-te-ei, anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes".Jr33:3São nossas ações que provocam a reação de Deus!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Despedida

Já é tarde, preciso ir embora e seguir minha jornada. Parei alguns anos, porque julguei pertinente reformular alguns projetos para poder te incluir neles. Pois, ao te conhecer, não conseguia me imaginar adiante sem o sorriso que brotava de teus lábios como canção da chuva sobre os arvoredos.
Em alguns momentos, a razão me cobrava ações e me mandava ir embora, no entanto eu não conseguia me imaginar sem o teu hálito em meu pescoço e tua voz vibrante de desejo me induzindo e me impulsionando a ser mulher.
Passaram-se os anos e você não veio por inteiro, só tive o prazer de usufruir fragmentos de teu ser que, de forma furtiva, permitia-me sonhar com um talvez ou um quemsabeumdia.
Por diversas vezes arrumei meu alforje, mas meu peito doeu tanto que resolvi me sentar à beira do caminho e continuar te aguardando.

Todavia, o tempo, esse amigo e inimigo congruente me instigou a decidir entre partir ou esperar o acaso; apelei por mais alguns dias na esperança de resolver o que estava pendente há anos, porém não foi possível, porque dentro de mim já existia uma decisão relevante, formulada pela razão já madura e entediada.

Por isso estou aqui me despedindo. Necessito ser fria e não olhar mais para trás, porque a minha sobrevivência como ser humano depende do mínimo de coragem que está nascendo agora dentro de mim.

Já é tarde, preciso ir embora.

Sabe, estou cansada! E esse cansaço invade meu corpo e mente. Mas apesar de querer   partir logo, sinto que vou descansar mais adiante em uma sombra reconfortante. Preciso dormir serenamente para só depois retornar a essa longa jornada imposta pela vida. Dessa vez não me alimento mais de possibilidades de te encontrar, nem de conjecturas para te ter... Dessa vez eu avanço mais realista, porém com um intenso desejo de convergir para frente, sempre para a frente.