terça-feira, 31 de agosto de 2010

Aprendendo a amar

Por Sandra Maia, colunista do yahoo.




Por que para alguns é tão fácil construir e reconstruir a vida amorosa, entrar e sair de relacionamentos, e para outros isso é tão difícil, por vezes impossível?

Será que, ao longo das nossas vidas, realmente investimos no aprendizado da arte de amar? Quando estamos amando nos permitimos viver ou continuamos com o freio de mão puxado esperando a casa cair?

Contribuímos para que tudo fique cada vez melhor ou provocamos o que menos queremos – o fim? Ficamos porque encontramos o amor ou porque estamos dependentes? Saímos porque não faz bem ou por medo de nos aprisionar, nos entregar?

Muito o que aprender

Pois é, caro(a) leitor(a), quanto mais se passam os anos, mais vejo que há muito a aprender sobre essa arte. E para começar, como qualquer outra matéria, entender os diferentes tipos de amor – dos saudáveis aos doentios – faz uma grande diferença.

Compreender os atalhos, as distorções, as neuroses nos faz mais realistas sobre o que queremos e não queremos. O que podemos ou não incluir nas nossas vidas. Faz-nos ver com clareza a diferença entre querer e precisar… Sim, porque, por vezes, queremos algo que não precisamos…

Você consegue se lembrar de algo, alguma história, algum momento em que deixou de lado a intuição e baseou-se no entorno, no que os outros acham, no que os outros queriam para você? Acredite, grande parte das nossas decisões tem como base o medo, a ilusão, o ego, a vaidade… E, nesses casos, infelizmente, não há sustentação para a construção de qualquer vínculo duradouro.

Escolhas conscientes

Exercer o amor – colocá-lo em prática – é mesmo a única forma de aprendizado. O caminhar, você sabe, se faz caminhando. Então, fica aqui mais um convite à reflexão: será que temos consciência da maneira como escolhemos nos relacionar?

Está claro, dentro da nossa percepção, nossos padrões de comportamento e escolha? Vale analisar com carinho e, para tanto, basta olhar para trás e traçar um fio com as histórias ou história experimentadas.

Qual o tipo de amor que damos? Qual o tipo de amor temos recebido de volta? O que provocamos no outro? O que fazemos conosco? Estamos felizes? Completos? Íntegros? Vivemos a nossa verdade, o nosso self, nos permitimos ser quem realmente somos?

Estamos vivendo um amor simbiótico daqueles que nos tiram a vida, o fôlego? Vivemos uma história de possessividade? Uma relação com base em dor e sofrimento? Conseguimos ultrapassar tudo isso e, nos entregamos a relações saudáveis nas quais – há troca, respeito, gentileza, decisão?

Qual a escolha?

Ela impacta diretamente na nossa qualidade de vida. E, quando escuto histórias de casais que vivem a relação com base numa guerra, num thriller, numa violência sem fim, me pergunto: Será mesmo essa a relação? É dessa forma que o amor acontece?

Não creio. Toda vez que ouço esses relatos sempre me vem à cabeça uma questão interna: a falta de auto-estima. A falta de autopercepçao. A falta de amor próprio. Lembra-se da frase “ama ao outro como ama a ti mesmo”? O traço de uma relação saudável, plena de amor, começa na forma como nos relacionamos conosco, com nossos sonhos, nossa essência, nossos valores.


http://colunistas.yahoo.net/posts/4601.html

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"O que a Bíblia diz sobre a ira?"

http://www.gotquestions.org/Portugues/


Resposta: Lidar com a ira é um tópico muito importante. Um conselheiro experiente disse que 50% das pessoas que vieram ao seu consultório para aconselhamento tinham problemas com ira. Ela pode destruir a comunicação e acabar com relacionamentos, além de arruinar a alegria e saúde de muitos. É muito comum que pessoas tentem justificar sua ira, ao invés de aceitar a responsabilidade por seu comportamento. Há um tipo de ira que a Bíblia chama de indignação justa, mas ela não deve ser confundida com a ira da qual estamos falando aqui.

Em primeiro lugar, ira nem sempre é um pecado. Deus é raivoso (Salmo 7:11; Marcos 3:5), e os crentes são comandados a se irarem (Efésios 4:26). Duas palavras gregas são usadas no Novo Testamento para a nossa palavra “ira”. Uma (orge) significa “paixão, energia”; a outra (thumos) significa “agitado, fervendo”. O dicionário Webster define a ira como “emoção excessiva, paixão despertada por um sentimento de injustiça ou erro”; essa injustiça pode ter sido contra nós ou outra pessoa. Biblicamente falando, a ira é uma energia dada por Deus para nos ajudar a resolver problemas. Exemplos de ira bíblica incluem Paulo confrontando Pedro por causa de seu mau exemplo em Gálatas 2:11-14, Davi estando chateado ao escutar o profeta Natã narrando sua injustiça (2 Samuel 12) e Jesus ficando irado pela forma em que alguns judeus tinham difamado o louvor no templo de Deus em Jerusalém (João 2:13-18). Note que nenhum desses exemplos de ira envolveram auto-defesa, mas defesa de outras pessoas ou de um princípio.

No entanto a ira se torna um pecado quando é causada por motivos egoístas (Tiago 1:20), quando o objetivo de Deus é destorcido (1 Coríntios 10:31), ou quando a ira permanece por muito tempo (Efésios 4:26-27). Ao invés de usar a energia gerada pela ira para atacar o problema em mão, a pessoa é que acaba sendo atacada. Efésios 4:15, 19 diz que devemos falar a verdade em amor e crescer em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, e não permitir que palavras insensíveis ou destrutivas saiam de nossas bocas. Infelizmente, esse falar venenoso é uma característica comum do homem pecador (Romanos 3:13-14). A ira se torna um pecado quando permitimos que transborde sem limites, resultando em um cenário no qual todos presentes se machucam (Provérbios 29:11), devastando tudo e todos, com consequências irreparáveis. A ira também se torna um pecado quando o que está irado se recusa a se acalmar e acaba guardando rancor ou mágoas dentro de si (Efésios 4:26-27). Isso pode causar depressão e irritabilidade com qualquer coisinha, geralmente, com coisas que não tinham nada a ver com o problema original.

Podemos lidar com a ira de uma forma bíblica:
1) Ao reconhecer e admitir que nossa ira e a forma na qual lidamos com ela são egoístas (Provérbios 28:13; 1 João 1:9). Essa confissão deve ser a Deus e àqueles que se machucaram como resultado de nossa ira. Não devemos minimizar esse pecado e dizer que “as coisas esquentaram um pouco o outro dia” ou ao tentar transferir a culpa: “bem, se você não tivesse agido do jeito que agiu...”

2) Ao ver que Deus tem controle sobre tudo. Isso é de grande importância, especialmente, quando outras pessoas fizeram algo para nos ofender especificamente. Tiago 1:2-4; Romanos 8:28-29 e Gênesis 50:20 apontam ao fato de que Deus é soberano e tem total controle sobre TODAS as cirscunstâncias e pessoas que cruzam nosso caminho. Nada acontece conosco que Ele não permita. E assim como todos esses versículos ensinam, Deus é um Deus BOM (Salmo 145:8,9,17) que faz coisas boas e usa todas as coisas em nossas vidas para o nosso bem e para o bem daqueles que estão ao nosso redor! Refletir nessa verdade até que penetre nossas cabeças e corações vai influenciar como reagimos com aqueles que nos machucaram muito.

3) Ao dar espaço para a ira de Deus. Isso é especialmente importante em casos de injustiça, especialmente quando executados por homens “malignos” a pessoas “inocentes”. Gênesis 50:19 e Romanos 12:19 nos dizem que não devemos fazer o papel de Deus. Deus é correto e justo, e podemos confiar que Aquele que conhece tudo e vê tudo vai agir justamente (Gênesis 18:25).

4) Ao não retornar mal ao invés do bem (Gênesis 50:21; Romanos 12:21). Isso é de grande importância para converter nossa ira em amor. Assim como as nossas ações se originam em nossos corações, assim também nossos corações podem ser alterados por nossas ações (Mateus 5:43-48). Isso quer dizer que podemos mudar nossos sentimentos em relação a uma pessoa ao mudar como escolhemos agir ao redor dessa pessoa.

5) Ao escolher se comunicar bem para resolver o problema. Há quatro regras básicas para comunicação, de acordo com Efésios 4:15,25-32:

a) Seja honesto no seu falar (Efésios 4:15,25). As pessoas não podem ler nossas mentes. Fale a verdade EM AMOR.

b) Não acumule (Efésios 4:26-27). Não devemos permitir que o que está nos incomodando acumule até que finalmente perdamos o controle. Compartilhar e lidar com o que está nos incomodando antes de chegar a esse ponto é muito importante.

c) Ataque o problema, não a pessoa (Efésios 4:29,31). Devemos manter o volume de nossa voz baixo (Provérios 15:1). Gritaria é, geralmente, considerada uma forma de ataque.

d) Aja, não reaja (Efésios 4:31-32). Por causa de nossa natureza pecaminosa, nosso primeiro impulso é, geralmente, pecaminoso (verso 31). O tempo que passamos “contando até dez” deve ser usado para refletir em uma resposta que agrada a Deus (verso 32) e para nos lembrar que a ira deve ser usada para resolver problemas, não para criar outros problemas maiores.

6) Em último lugar, devemos fazer a nossa parte para resolver o problema (Atos 12:18). Não podemos controlar como outras pessoas vão responder, mas podemos cuidar do que deve ser mudado da nossa parte. Superar um temperamento explosivo não vai acontecer da noite para o dia. No entanto, através de orações, estudos Bíblicos e dependência do Espírito Santo de Deus, podemos ter vitória. Assim como talvez nós tenhamos deixado que a ira fizesse parte de nossas vidas através de prática habitual, também precisamos praticar responder da forma correta até que se torne um novo hábito que substitui os velhos hábitos. Leia a seguir alguns versículos do livro de Provérbios que lidam com o tópico da ira:

6:34 - ... porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará no dia da vingança.
14:17 - Quem facilmente se ira fará doidices; mas o homem discreto é paciente.
14:29 - Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura.
15:1 - A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
15:18 - O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta.
16:32 - Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade.
19:11 - A discrição do homem fá-lo tardio em irar-se; e sua glória está em esquecer ofensas.
19:19 - Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de o fazer de novo.
22:24,25 - Não faças amizade com o iracundo; nem andes com o homem colérico; para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma.
27:4 - Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à inveja?
29:8 - Os escarnecedores abrasam a cidade; mas os sábios desviam a ira.
29:22 - O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.

domingo, 15 de agosto de 2010

Você faz parte dos 5%?

Maior bronca que já levei


Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.
Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?

Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.

"Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez", disse, levantando a voz e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.

"Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros rofissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores.
Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de ...".

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto ?

Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.

Contudo, uma coisa é certa:
se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A latinha de leite

Um fato real. Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela, um deles de cinco anos e o outro de dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o morro. Estavam famintos "vai trabalhar e não amole", ouvia-se detrás da porta; "aqui não há nada moleque...", dizia outro...

As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes "Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos!" E voltou com uma latinha de leite.

Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menorzinho disse para o de dez anos "você é mais velho, tome primeiro..." e olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua.

Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino! Leva a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, diz ao irmão "Agora é sua vez. Só um pouco." E o irmãozinho, dando um grande gole exclama "como está gostoso!"

"Agora eu", diz o mais velho. E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada. "Agora você", "Agora eu", "Agora você", "Agora eu"..

E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo...ele sozinho.

Esse "agora você", "agora eu" encheram-me os olhos de lágrimas...

E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.

Daquele moleque nós podemos aprender a grande lição, "quem dá é mais feliz do que quem recebe." É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos."